
O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, acabou de passar por uma atualização que será discutida numa live com engenheiros de alimentos, incluindo três docentes da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga. A ideia é abrir o debate para a população como uma forma de conhecer as atividades do engenheiro de alimentos e a pertinência dessa atualização.
Com a atualização do guia, o sistema de classificação de alimentos NOVA propõe a divisão dos alimentos em quatro categorias: 1) Alimentos in natura ou minimamente processados, 2) Ingredientes culinários processados, 3) Alimentos processados e 4) Alimentos “ultraprocessados”. O professor Marco Antonio Trindade, da FZEA, diz que “a terminologia adotada nessa nova classificação de alimentos não levou em consideração a terminologia oficial utilizada pela ciência e tecnologia de alimentos.”
Segundo a professora Alessandra Lopes, “esta live vem com o objetivo de esclarecer que a terminologia do estudo dos processos de fabricação de alimentos ficou esquecida quando surgiram tais definições e agora é dever do profissional da área informar sobre os processos envolvidos na manufatura de alimentos”. Isso, adianta a professora, porque o objetivo do guia é apoiar e incentivar a promoção da saúde e de práticas alimentares saudáveis e sustentáveis no âmbito individual e coletivo. O documento apresenta de forma simples e didática o que as pessoas precisam fazer para ter uma alimentação saudável e adequada e está acessível para qualquer pessoa no portal do Ministério da Saúde. A última versão do guia foi lançada em 2014 e é atualizada constantemente.
Para o professor Rodrigo Petrus, também da FZEA, a maioria da população brasileira desconhece a profissão de engenheiro de alimentos, apesar de ser exercida há mais de 50 anos no Brasil. “Há uma lacuna pelo desconhecimento da profissão que acaba sendo preenchida por nutricionistas, médicos, nutrólogos, epidemiologistas, que não têm obviamente conhecimento acerca do processamento de alimentos, por isso o guia traz a nova terminologia com equívocos”, afirma.
Além dos três docentes da FZEA, participam da live a vice-presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros de Alimentos (Abea-SP), Renata Fantaccini, e a engenheira de alimentos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SP), Claudia Paschoaleti. A Abea-SP e o Crea-SP são os organizadores da live que acontece na quarta-feira, dia 9 de setembro, às 19h. É aberta ao público, bastando acessar o site da Abea.
Ouça no player acima as entrevistas com os docentes da FZEA Marco Antonio Trindade, Rodrigo Petrus e Alessandra Lopes.