
Com a função de dar contextualização visual aos estudos de fenômenos mecânicos, o Instituto de Física (IF) da USP dispõe do único Laboratório Virtual de Mecânica do mundo. Experiências são idealizadas, montadas, filmadas e dividas em quadros para que os alunos possam compreender e visualizar, da melhor maneira possível, a teoria sendo aplicada.
Apesar de ter sido criado com foco em aulas de graduação, alunos da licenciatura do IF começaram a usar o site também em escolas. A página na internet conta ainda com roteiros de relatório a serem preenchidos com análises sobre os experimentos. “Qualquer curioso que queira pegar os roteiros e realizar as experiências é bem-vindo, porque o site é aberto para todos”, diz a professora Nora Maidana, uma das organizadoras do laboratório.
A ideia de montar esse espaço virtual surgiu em 2004, inicialmente com o professor Vito Vanin, também do Instituto de Física e coordenador do projeto. Segundo ele, o laboratório não é ensino a distância, mas uma forma de “ir além do material didático e levar diferentes experiências para os alunos”.
Inicialmente, os acessos eram restritos ao Brasil, entretanto, com as participações em congressos e produção de teses em outros idiomas, o site passou a ser acessado em diversos locais do País e do mundo. Alguns exemplos são Estados Unidos, Reino Unido, Argentina e China.
Os professores são auxiliados por alunos do IF, que recebem uma bolsa para ajudar na elaboração das propostas, roteiros, execução e filmagem dos experimentos. “Às vezes os alunos idealizam uma experiência e os resultados diferem da teoria que eles imaginavam. Isso mostra que a frustração faz parte da pesquisa também e que se deve buscar entender por que os resultados foram diferentes”, explica a professora Nora.
Segundo os coordenadores, não existe nenhum tipo de laboratório virtual no mundo. Há outras modalidades digitais, em que o programa fornece os dados da experiência automaticamente, mas o aluno não realiza um laboratório de fato. “A intenção é que o aluno tenha a sensação de um laboratório real e que entenda como essa tecnologia funciona”, explica o professor Vanin.