Acompanhe a entrevista do radialista Cido Tavares com a professora Gisele Craveiro, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH):
O grupo de pesquisa Colaboratório de Desenvolvimento e Participação (Colab), da Universidade de São Paulo, está treinando cidadãos para o monitoramento do orçamento público de São Paulo. Para tanto, criou a ferramenta Cuidando do Meu Bairro (http://cuidando.org.br), cujo objetivo é contribuir para o controle e participação social na capital paulista.
A iniciativa do treinamento é do Observatório Social do Brasil – São Paulo (www.ossp.net.br) e o próximo acontece nesta segunda-feira (24), das 17h30 às 18h30, no laboratório da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Avenida Liberdade, 532 , na Liberdade).
De acordo com a professora Gisele Craveiro, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), coordenadora do Colab, a ferramenta Cuidando do Meu Bairro permite que qualquer cidadão interessado faça perguntas via lei de acesso à informação. “São perguntas”, diz, “com prazo muito definido para o poder público responder ao cidadão”. A preocupação na construção dessa plataforma foi torná-la bastante acessível ao cidadão, até mesmo para aqueles que não possuam conhecimentos prévios de contabilidade pública, sempre com o intuito de despertar a consciência sobre o orçamento público, “pois muitas vezes as pessoas entendem ser algo muito distante de sua realidade”.
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Houve ainda a preocupação de “disponibilizar os dados em tempo real, a fim de dar uma ideia do que está sendo feito na cidade. E, quando os dados não são suficientes para a pessoa sanar suas dúvidas, vem associado um formulário para ela fazer uma pergunta”, revela Gisele. Ela ressalta ainda ser muito importante que todas as perguntas – e as respectivas respostas – tornem-se públicas, para que os cidadãos possam acompanhar como se dá o processo do gasto público no município.
Ao enaltecer a iniciativa desse trabalho em parceria como a seção São Paulo do Observatório Social do Brasil, Gisele diz que o Colab, como um grupo de pesquisa, “busca colaborar com a geração de conhecimento de novas plataformas, também realizando cursos de extensão, abertos a quaisquer interessados”. Para ela, é importante a participação popular, “para que as pessoas possam ser eventuais multiplicadores em seus bairros ou nas associações que integram”, uma forma de contribuir com o aumento da fiscalização dos recursos públicos no município.
Pesquisas dão conta de que o tema do orçamento público urbano possui uma série de limitações que afastam as pessoas, razão pela qual surge a preocupação em facilitar todo esse processo, tornando a coisa mais simples possível para o cidadão e ao mesmo tempo incentivando uma maior participação social, com mais qualificação. Para a próxima oficina, nesta segunda-feira, estão disponíveis 50 vagas. As inscrições podem ser feitas no site (acima) do Observatório Social do Brasil – São Paulo. Uma terceira oficina (a primeira aconteceu em setembro) está prevista para o dia 21 de novembro.