Apesar do momento de vacinação avançada que o Brasil vive e das aberturas em diversos setores pelo País, os efeitos da pandemia e das crises econômicas continuam agravando a vulnerabilidade de famílias pobres. Pensando nas chamadas mães solo (mulheres que sustentam sozinhas suas famílias de pelo menos um filho menor de idade), estudantes da USP criaram o projeto Amparar Mulheres, voltado a famílias de Parelheiros, extremo sul da cidade de São Paulo. Os alunos pretendem arrecadar R$ 27 mil até dezembro para distribuir produtos importantes para a subsistência e bem-estar dessas mulheres, seus filhos e outros dependentes.
Os kits vão conter uma cesta básica com 25 itens, artigos de higiene e limpeza, dois pacotes de fralda descartável, dois pacotes de absorvente menstrual e quatro máscaras PFF2. A coordenação do projeto diz que a meta é atender 150 mães, mas esse número pode crescer se a arrecadação – por doações, patrocínios e eventos beneficentes – superar os R$ 27 mil.
A iniciativa é de dois centros acadêmicos, o Centro Moraes Rêgo (CMR) – que representa os cursos de engenharia de materiais, metalúrgica, minas, petróleo e nuclear – da Escola Politécnica (Poli) e do Centro Acadêmico de Educação Física e Esporte (Caefe). Também participa do projeto o Restaurante da Marlene, de Parelheiros, cuja dona é aluna de graduação da USP Leste.
Isabela Ramayana de Camargo, de 19 anos, faz parte da coordenação do projeto Amparar Mulheres e também do CMR. Ela conta que a principal motivação dos estudantes para criar a campanha é o impacto que a pandemia teve sobre grupos que já eram vulneráveis. “As famílias chefiadas por mulheres, por mães solo, já sofriam muito. Quando chegou o vírus, esse foi um dos principais grupos afetados pela crise sanitária, pela crise econômica, e pelo aumento da desigualdade social e da fome no Brasil, por isso decidimos focar nosso projeto ali.”
A estudante de Educação Física Bárbara Silva Ferreira, 22 anos, do Caefe, explica a escolha da região. “Parelheiros é um território periférico da zona sul de São Paulo, a gente sabe que existe uma necessidade de apoio para as mães ali. Além disso, nós já temos um bom conhecimento dessas famílias e da comunidade por conta do Restaurante da Marlene, que fica em Parelheiros.”
Marlene Pereira, culinarista e agricultora, tem 57 anos e cursa Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo. Além do Amparar Mulheres, ela toca outros projetos sociais voltados a mães na região, e defende a importância da campanha de arrecadação dos estudantes. “As mães solo, na maioria das vezes, estão sem emprego. E mesmo que estejam empregadas, elas precisam de um complemento. Sempre é bem-vinda alguma ajuda, cada um tem que fazer um pouquinho, e acho que a gente não tá fazendo nada que não seja a nossa obrigação.”
Para acompanhar e doar
Informações: Instagram e Facebook do projeto
Doações: https://benfeitoria.com/projetoampararmulheres