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Ensino remoto na USP mostra esforço coletivo para manter qualidade
Com 92% das aulas ministradas on-line, foram necessárias infraestrutura e adaptação de métodos, prazos e formas de avaliação para auxiliar alunos em dificuldades, garantindo continuidade do ensino durante a pandemia. Leia e ouça depoimentos de professores e alunos
24/07/2020
Thais Helena dos Santos, David Ferrari e Karina Tarasiuk
O fim do primeiro semestre letivo deste ano é uma oportunidade para repensar formas de ensino e aprendizagem num momento em que a educação presencial não é possível. Na USP, desde que as atividades presenciais foram suspensas, a continuidade das aulas num contexto de ensino remoto emergencial foi possível graças ao esforço de dirigentes, professores e alunos que puderam contar com uma infraestrutura tecnológica computacional, duas plataformas de cursos e ferramentas de educação a distância que já existiam na Universidade antes da pandemia. Além disso, tutoriais para disponibilizar aulas on-line e um curso específico sobre aprendizagem em ambientes virtuais também já estavam disponíveis para os professores da instituição, por meio de um trabalho iniciado em 2016 pela Comissão de Acompanhamento e Atualização do Ambiente Virtual de Aprendizagem da USP.
As atividades remotas continuam na USP no segundo semestre, conforme anunciado no dia 16 de junho no plano de readequação das atividades acadêmicas, documento apresentado durante a Reunião de Dirigentes, que contou com cerca de 130 diretores da Universidade. De acordo com o documento, as aulas e atividades práticas de 2020 deverão ser repostas no período de janeiro a março do próximo ano.
92%
das disciplinas teóricas de graduação foram ministradas on-line
4.483
novas videoaulas na plataforma e-Aulas
de março até junho
16
milhões de visualizações
de videoaulas em junho
4,3
milhões de acessos
à plataforma e-Disciplinas
no primeiro semestre deste ano
O processo de mudança para o ensino a distância teve início no dia 17 de março. Ao mesmo tempo que anunciava ações de segurança para garantir a continuidade de trabalhos essenciais e de pesquisa na emergência da pandemia, a Reitoria determinava a continuidade remota das atividades letivas dos cerca de 90 mil alunos matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação. “A USP não vai parar”, comunicou à época o reitor Vahan Agopyan em reunião com diretores das Unidades de Ensino e Pesquisa sobre, entre outros assuntos, a manutenção das aulas no formato on-line. A educação a distância, que na maioria das instituições de ensino superior se dá por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, poderia então substituir temporariamente as aulas presenciais conforme a portaria número 343 publicada pelo Ministério da Educação (MEC).
A partir daí, professores tiveram que adaptar seus conteúdos ao formato on-line em documentos, planilhas, vídeos e podcasts enquanto alunos tiveram que organizar novas rotinas de estudo e buscar formas de visualizar as aulas e materiais disponibilizados no ambiente virtual. Para garantir o acesso de alunos em situação de vulnerabilidade social, kits compostos de chip para celular e modem portátil foram distribuídos para conexão à internet, contexto que muitos estudantes de universidades públicas só vão poder vivenciar a partir do segundo semestre.
Foi a infraestrutura computacional mantida pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da USP que garantiu lidar com o aumento de tráfego de dados e armazenamento dos novos conteúdos e manter professores e alunos conectados para realização de aulas a distância com acesso às plataformas da USP (e-Disciplinas e e-Aulas), além de ferramentas como Google Gsuite, Google Meet e Google Classroom. O oferecimento de atendimento on-line para resolver dúvidas por e-mail, telefone e chamados também foi essencial no período de adaptação. Em outra frente, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) se mobilizou para oferecer suporte para que os professores pudessem preparar seus materiais para o ambiente virtual com tutoriais em texto e vídeo, além de treinamentos e cursos.
Além do esforço institucional em oferecer recursos, professores tiveram que adaptar métodos de ensino e avaliações para atender alunos em dificuldade num esforço coletivo para superar desigualdades no processo de educação a distância. Confira abaixo a experiência de alguns professores, alunos e dirigentes sobre o ensino remoto na USP: