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Melhorar a qualidade nutricional e inovar nos sabores. Essa foi a proposta de cinco alunos do curso de Ciências dos Alimentos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba quando desafiados a criar um novo produto para o setor de bebidas, a partir de uma pesquisa de mercado com consumidores de sucos industrializados.
“Surgiu a oportunidade na disciplina Análise Sensorial e logo começamos a definir as estratégias de nosso projeto. Buscamos atender às demandas da sociedade, visando a contribuir com a saúde”, contou Marcelo Belchior, um dos integrantes da equipe.
O estudo, orientado pela professora Marta Helena Fillet Spoto, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, uniu tecnologia e formulação adequada de ingredientes para oferecer um produto mais saudável. Os alunos desenvolveram então a linha de suco Revigore-se. “Utilizamos a polpa de cinco frutos diferentes e misturamos com chá mate, rico em antioxidantes. Além disso, reduzimos o teor de açúcar que, hoje, é um dos grandes problemas das bebidas industrializadas”, disse Belchior.
Os sabores foram definidos, durante a pesquisa de opinião nos supermercados, de acordo com as escolhas dos consumidores. Os mais sugeridos foram acerola, açaí, jabuticaba, manga e pitanga. “Nós gostamos das escolhas, principalmente por ser uma forma de explorar ainda mais as frutas nativas do Brasil.” Segundo Belchior, a jabuticaba e a pitanga estão entre os 100 alimentos ameaçados de extinção, por isso, incluir esses sabores na indústria, é uma forma de valorizar os nossos produtos e preservar a flora brasileira.
Além de inovar no paladar, inseriram nos sucos algumas “bolhas” para realçar o sabor e deixar a bebida mais divertida. “Tentamos explorar os pontos positivos dos sucos industrializados e focar nos pontos que podem ser melhorados.” Belchior ainda conta que os colegas da classe que provaram a linha Revigore-se disseram que os sabores são bem agradáveis.
Tentamos explorar os pontos positivos dos sucos industrializados e focar nos pontos que podem ser melhorados
Esse desafio foi uma oportunidade aos alunos de graduação de se aproximarem do universo profissional e do setor de alimentos. “Com a pesquisa, atuamos na prática como cientistas de alimentos em diferentes campos. Avaliamos o mercado, consumidor, tecnologia, conservação de compostos nutricionais, combinação de ingredientes e até legislação. Foi um estudo que abrangeu muitas áreas e demonstrou como o profissional pode contribuir para a qualidade de vida da população através do desenvolvimento de alimentos de qualidade”, ressaltou Belchior.
Além de Marcelo Belchior, são responsáveis pelo estudo Mariana Marinho Martins, Pyera Grasse Moraes e Aline Cristina de Camargo.
Ana Carolina Brunelli / Divisão de Comunicação da Esalq