Treinamento pliométrico melhora desempenho de salto e de corridas

O estudo mostra que o treinamento não alterou o pace de corrida, nem a percepção subjetiva de esforço, indicando que a manipulação de um único fator não é suficiente para mudar o processo como um todo, explica Bruno Bedo

 15/12/2023 - Publicado há 12 meses
Por

Logo da Rádio USP

O que é o ciclo de alongamento-encurtamento? De acordo com o professor da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE), Bruno Bedo, é um mecanismo fisiológico essencial que ocorre nos músculos e tendões durante atividades dinâmicas, como saltar ou correr. Segundo Bedo, há três fases: a fase de alongamento, na qual o músculo se alonga sob tensão; a fase de transição, que armazena energia elástica; e a fase de encurtamento, quando o músculo se contrai e encurta, liberando a energia armazenada. Com base nesse conceito, uma pesquisa da EEFE, parte da dissertação de mestrado do aluno Everton Carmo, sob orientação do professor Valmor Tricoli e com a colaboração do professor Rômulo Bertuzzi e outros pesquisadores, focou em como o treinamento pliométrico pode influenciar o ritmo de corredores em provas de 10 km.

O treinamento pliométrico, explica o professor, baseia-se na utilização eficiente do ciclo de alongamento-encurtamento através de saltos verticais e horizontais, sendo uma técnica adotada por treinadores e atletas para aprimorar a eficiência desse ciclo. Neste estudo específico, explica o professor, 28 corredores foram divididos em dois grupos: um grupo de controle e outro submetido ao treinamento pliométrico durante oito semanas. A pesquisa buscou compreender os efeitos desse treinamento na performance e na percepção de esforço durante uma corrida de 10 km.

Os principais resultados foram: o treinamento pliométrico melhora o desempenho de salto e a economia de corrida. Assim, é recomendável que os treinadores desenvolvam programas de treino que incorporem tanto exercícios pliométricos quanto de força, visando aprimorar a velocidade máxima na esteira e a eficiência da corrida. Contudo, o treino pliométrico não teve impacto na força máxima nem na velocidade máxima na esteira, ambos fatores importantes para correr mais rápido.

E como o treinamento pliométrico influencia o comportamento de pace e a percepção subjetiva dos atletas durante uma corrida? Segundo o professor, o estudo mostra que o treinamento não alterou o pace de corrida, nem a percepção subjetiva de esforço, indicando que a manipulação de um único fator não é suficiente para mudar o processo como um todo.


Ciência e Esporte
A coluna Ciência e Esporte, com o professor Bruno Bedo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.