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A respeito do recente “flerte” do governo federal com uma política de reindustrialização, o professor Luciano Nakabashi lembra que parte da literatura econômica vê a indústria como motor do crescimento e um setor que gera produtividade. Alguns dos países que cresceram com foco no setor industrial foram Japão, Coreia do Sul e China. O próprio Brasil apostou no setor em décadas passadas – no final dos anos 70, a indústria contribuía com mais de 30% do PIB da economia do País. Por outro lado, o colunista argumenta que não basta apenas apostar na indústria, são igualmente importantes o investimento em educação, a abertura de mercado e a conexão da indústria com as cadeias produtivas globais. Ou seja, não pode haver um processo de fechamento da economia.

“Se a gente for olhar uma política de reindustrializar o País, essa política, por um lado, é cara, vai ter que dar subsídios, por exemplo, para determinados setores, fechar a economia para proteger essas indústrias que se quer estimular, isso gasta dinheiro, aumenta preço, e a gente fala que existe uma distorção na locação de recursos. O que é mais importante, que a gente errou no passado, é justamente investir mais no outro tipo de capital, que é o capital humano”, diz Nakabashi.

Na opinião dele, se o governo se voltar para uma política de reindustrialização, “vai ser um passo atrás que a gente vai estar dando, a gente já fez isso no passado, da forma que a gente fez não deu certo, e a gente deixou de lado outra coisa que é mais importante, que é o investimento em capital humano. A gente negligenciou isso. A partir da Constituição de 88, a gente melhorou o acesso, mas tem que melhorar a qualidade, então, o investimento e as políticas econômicas passam muito mais pela questão do investimento em capital humano e de uma melhora no ambiente de negócios, das regras, para que se tenha, de fato, o estímulo para o investimento privado, seja nacional, seja de outros países, ou seja, o capital estrangeiro”.