O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está realizando o Censo 2022. Nesta coluna, Renato Janine Ribeiro explica a importância da realização dos recenseamentos para a implantação das políticas públicas.
O colunista diz que o primeiro censo foi realizado em 1872 e, de modo geral, ele é feito a cada dez anos – e é uma lástima que o último feito no Brasil tenha sido em 2010. O censo permite saber quantos brasileiros há no Brasil, como estão distribuídos geograficamente pelo País, qual a renda das pessoas, onde há mais ou menos habitantes.
Também permite, por exemplo, saber qual a população de cada Estado e, portanto, o número de deputados a serem escolhidos ali, ou o número de habitantes de cada município e assim dizer se haverá ou não segundo turno de eleições nesses locais. E também saber das condições sociais das pessoas: quantas casas têm saneamento básico, água potável, etc.
“O recenseamento permite a gente saber quem nós somos. Ele é uma espécie de autorretrato do Brasil, com muitos matizes, muitos detalhes. E esses autorretratos são exatamente o que permite desenhar políticas públicas”, aponta o colunista. Se o censo mostra que determinado lugar não tem saneamento básico, é exatamente aí que devem ser investidos os recursos para melhorar as condições locais.
Janine lembra que o atual censo deveria ter sido feito em 2020 e esse atraso é bastante preocupante, pois atrasou a informação sobre nós mesmos. Não estamos sabendo, com precisão, questões que afetam a saúde. A covid foi combatida sem saber o número exato da população brasileira e quem são e onde estão os mais vulneráveis e isso fez e ainda faz muita falta, finaliza.
Ética e Política
A coluna Ética e Política, com o professor Renato Janine Ribeiro, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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