Vacinação é essencial para controlar o avanço da febre amarela

De acordo com o professor Benedito Antônio Lopes da FMRP, quanto maior a abrangência de vacinação da cidade, menor a chance de ter casos de febre amarela.

 18/04/2017 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 22/05/2017 às 14:10
Por
Logo da Rádio USP

Clique aqui para fazer o download

Foto: Gabriel Soares

O Saúde sem Complicações do dia 18 de abril entrevista o professor Benedito Antônio Lopes da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

A febre amarela, explica o professor, é uma doença infecciosa e a transmissão acontece somente pela picada de mosquito infectado em uma pessoa que ainda não foi vacinada ou que nunca teve a doença.

Existem dois tipos de febre amarela: a urbana e a silvestre. “A doença é exatamente a mesma, o que a diferencia, urbana e silvestre, é o vetor que transmite o vírus”, afirma. A silvestre é a mais comum no Brasil e a que provocou surtos nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Esse tipo é transmitida por mosquitos que normalmente habitam matas ou grupos de árvores fechadas e são do gênero Haemagogus e Sabethes. Já a urbana é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya, “mas esse a gente não tem há mais de 70 anos”, explica.

Os sintomas são variados, podem se manifestar com dor no corpo, cabeça, olhos e hepatite que podem ser curados. Em casos mais graves pode ter acometimento renal. É uma doença que atinge múltiplos órgãos, conta o professor, como por exemplo o fígado, rins, coração e cérebro. “Normalmente não há sequelas, mas a taxa de mortalidade é acima de 50% para a forma mais grave da febre amarela”, alerta.

O professor diz, ainda, que nos casos mais graves os pacientes podem ser internados em terapia intensiva. Mas, segundo o professor, o próprio organismo deve responder à infecção.

Vacinação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que uma dose é suficiente para proteger pela vida toda. “Isso é plenamente aceitável, porque muitos trabalhos já mostram que apenas uma dose da vacina é protetora para a vida toda”, afirma.

Ele destaca que quanto maior a abrangência de vacinação da cidade, menor a chance de ter casos de febre amarela. O ideal é que não sejam vacinados menores de seis meses, maiores de 60 anos, grávidas e pessoas com imunidade baixa. Mas o professor explica que o médico deve avaliar a necessidade e o risco de acordo com cada caso.

A preocupação com os extremos na faixa etária acontece pelos efeitos colaterais que são mais frequentes nestas idades. Os efeitos variam desde dor no local da aplicação e no corpo, febre baixa, vermelhidão no corpo até situações extremas que podem desenvolver a febre a amarela.

Febre Amarela e os macacos

Não mate o macaco, porque ele é sentinela por ser suscetível a febre amarela”, alerta Fonseca. Já que não é possível a imunização desses animais, acabam sendo importantes para descobrir a infecção e programar uma prevenção para a população antes de se tornar epidemia.

O professor lembra que a UNESP de Jaboticabal pesquisa os animais encontrados mortos e, após avaliação, determinam o motivo da morte. Aqueles que a suspeita é a febre amarela, os pesquisadores da UNESP enviam amostras para o laboratório do professor da USP para realizar complementar exames e determinar se morreram em função da febre amarela.
Por Giovanna Grepi


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.