Nesta coluna, José Álvaro Moisés manifesta sua preocupação em relação ao não cumprimento de várias ações para a melhoria do meio ambiente, propostas durante a reunião de Glasgow sobre o clima (COP26) no ano passado. Analistas consideram que o resultado daquele encontro, promovido pela ONU, não correspondeu às expectativas. O colunista se refere, sobretudo, à posição do governo brasileiro, cujas manobras, desde a posse do atual presidente da República, fizeram com que o Brasil perdesse o papel de destaque que mantinha na defesa do meio ambiente, “com o desmonte de políticas e de instituições”, o que acabou resultando numa importante perda de posição de liderança, que até então o Brasil desfrutava nessa área”. Disposto a mudar sua posição, o governo anunciou o compromisso de diminuir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, “algo praticamente igual ao que o País assumiu em 2015”.
Álvaro Moisés lembra que o Brasil tem sido uma das fronteiras do desmatamento mundial desde o século 17, situação que só se acentuou nos séculos 20 e 21, ditada pelos rumos do desenvolvimento econômico nos últimos 200 anos. “A expansão da pecuária por todo o País e das lavouras de café e cana-de-açúcar, e mais recentemente da soja, derrubou quase 900 mil km² de florestas.” A Amazônia é o alvo mais recente do desmatamento – desde a década de 1980 até agora foram desmatados quase 850 mil km², com os consequentes efeitos nocivos para o meio ambiente: mais de 150 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. “A responsabilidade histórica do País o coloca como o quarto maior poluidor, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia.”
O colunista conclui afirmando que esse cenário mostra que o País está diante de um grande desafio na área do meio ambiente. “É um tema que precisa ser cobrado dos candidatos à Presidência da República neste ano.”
Qualidade da Democracia
A coluna A Qualidade da Democracia, com o professor José Álvaro Moisés, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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