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Em 2021, políticos da esfera municipal da cidade de São Paulo devem discutir novamente os rumos do Plano Diretor paulistano. O Plano Diretor Estratégico (PDE) é uma lei inaugurada em 2014 que orienta o desenvolvimento e crescimento da cidade até 2030. Com os impactos da pandemia já escancarados por mais de um ano, a direção desses debates deve seguir novos caminhos.

Em sua coluna Saúde e Meio Ambiente, o professor Paulo Saldiva aponta a cidade de São Paulo como desigual em termos de serviços, acesso, oportunidades e afins. Parte dessa configuração imposta a seus habitantes foi explicitada na pandemia do coronavírus. “A cartografia da morte da doença exibe grandes diferenças regionais, que são explicadas pelo tipo de habitação, pela forma como as pessoas têm que se locomover e também pelas possibilidades econômicas que possuem para fazer algum tipo de isolamento social”, exemplifica o professor Saldiva.

Com isso, a elaboração de um novo PDE deve ser feita considerando novos aspectos. “O Plano Diretor foi concebido em um período onde não tinha pandemia, não tinha home office, não havia esses espaços vazios urbanos que foram deixados por escritórios que reduziram a necessidade das pessoas (…) Seria oportuno que utilizássemos essa tragédia que hoje vivemos para repensar o Plano Diretor e não aprovássemos agora, porque aprovar agora seria um planejamento feito sem informações fundamentais que foram impostas pela magnitude da pandemia.”

Diante de novas necessidades de promoção de saúde e adequação dos planos da cidade a novas formas de enxergar a vida, o Plano Diretor deve procurar alternativas para planejar uma cidade mais saudável. “O urbanismo é absolutamente necessário para curar as chagas da nossa cidade”, conclui o professor Saldiva.

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