Pandemia joga para segundo plano discussão em torno das criptomoedas

Para Luli Radfahrer, a criação de uma própria moeda virtual é desejo de empresas que buscam maior controle e poder, semelhante a um governo que consegue emitir suas moedas

 23/10/2020 - Publicado há 4 anos

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Com o objetivo de ser mais do que uma rede social, o Facebook planejou o lançamento de sua própria criptomoeda: a Libra. No entanto, desde o anúncio oficial, o burburinho em torno da moeda virtual sumiu e não tivemos mais notícias sobre o lançamento da moeda, planejada para 2020. A coluna de hoje (23) do professor Luli Radfahrer fala justamente sobre o desaparecimento da Libra e de como as criptomoedas retornaram ao seu nicho.

Esse sumiço pode ter um motivo específico: a pandemia. “É que, com a pandemia, ninguém mais fala em criptomoedas. O Bitcoin continua valendo, o Ethereum continua valendo, mas parece que a notícia morreu, voltou a ser uma coisa de nicho”, comenta o professor.

Com relação ao Facebook, Radfahrer acredita que a plataforma tenha dado um passo grande demais, pois o mundo das criptomoedas pode esconder alguns crimes virtuais, tais como a evasão de divisas, compras ilegais, além da possibilidade de fugir de impostos locais comuns ao comércio habitual. “O Facebook, na verdade, estava querendo fazer uma coisa maior do que simplesmente um sistema de pagamento. Se você for ver, você tem Google Pay, Apple Pay, Samsung Pay, ou seja, vários sistemas de pagamento. São como Visa ou Mastercard, um instrumento de crédito, e extremamente lucrativos”, explica Radfahrer, ao citar que a criação de uma própria moeda é o objetivo de muitas empresas, no intuito de terem um controle e poder maior, semelhante a um governo que consegue emitir moedas.  


Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.

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