Pandemia e devastação ambiental foram as marcas de 2020 no Brasil

É o que garante o colunista Pedro Dallari ao fazer uma retrospectiva do que representou este ano na sociedade, na ciência e na política brasileira

 02/12/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 07/12/2020 às 0:47
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Com o final do ano se aproximando, é importante fazer uma retrospectiva de tudo o que representou 2020. Com relação ao Brasil, a pandemia do novo coronavírus e a devastação do meio ambiente foram os pontos cruciais, aqueles que deixaram o País em constante estado de atenção e tensão. É o que afirma o professor Pedro Dallari em sua coluna desta semana. “Este é o momento de se fazer um balanço da situação da cidadania em nosso país. O ano de 2020 foi marcante no Brasil, com muitos eventos relevantes, como as eleições municipais, concluídas no último final de semana. Mas, certamente, há dois fatos relevantes e que serão a marca de 2020 na história brasileira: o número muito expressivo de mortes causadas pela covid-19 e o enorme impacto da destruição ambiental”, afirma o colunista. “A covid-19 era desconhecida de nós até o início deste ano, tendo se disseminado após o Carnaval. E, no último final de semana, o número de infectados já superava a casa dos 6,3 milhões, com 173 mil mortes. Essa pandemia se caracterizou no Brasil pelo número expressivo de mortes que poderiam ter sido evitadas se não houvesse por parte das autoridades do governo federal, em especial do presidente da República, uma oposição tão flagrante à ciência e às recomendações da OMS”, diz Dallari.

“No âmbito da destruição ambiental, os números também são muito impressionantes. No desmatamento da Amazônia, houve o aumento significativo em mais de 10% em relação ao ano anterior, ou 11 mil quilômetros quadrados destruídos entre agosto de 2019 e julho de 2020”, relata Dallari. “Com relação às queimadas, acontece a mesma coisa. Até o mês de setembro, já eram mais de 14 mil os focos contabilizados no Pantanal, número total equivalente aos seis anos anteriores, de 2014 a 2019. São dados insuspeitos, fornecidos pelo Inpe. E ainda temos, na questão ambiental, a negação do presidente da República aos impactos do aquecimento global”, afirma. “Essas duas tragédias estão diretamente associadas a uma condução política que tem justamente na negação da ciência sua maior marca. Isso gera para a universidade uma enorme responsabilidade: não basta produzir ciência. É preciso realizar a educação científica”, garante o professor.


Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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