“O mercado editorial no Brasil vai mal”

É o que afirma a professora Marisa Midori em sua coluna desta semana na Rádio USP. A colunista analisou recente pesquisa sobre o mundo dos livros no Brasil e ficou preocupada

 Publicado: 07/06/2024     Atualizado: 10/06/2024 as 10:23
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O mercado editorial brasileiro vai mal. Essa é a conclusão da colunista Marisa Midori após ler a pesquisa mais recente pela Nielsen Databook, que avalia o comportamento do mercado editorial no Brasil. “É uma pesquisa aguardada com ansiedade por livreiros e editores. E nessa nova pesquisa mostra como o mercado vai mal. Em publicações de títulos novos, por exemplo, o Brasil publicou menos 1.5% de ISBNs novos. Ouve uma queda com relação a 2022 de publicação de novidades”, explica a professora Marisa Midori. “Teve também menos reimpressões, com uma queda de 0.7%. Em termos absolutos, é importante falarmos os números: em 2022, o Brasil produziu 10.896 ISBNs novos – o que, de alguma forma, corresponde a novos títulos. Já em 2023, produziu 10.736. Também vemos, na pesquisa, que tivemos muito mais reimpressões do que títulos novos, o que dá uma sensação de faltar novidades no mercado editorial, de não haver renovação. Isso é muito preocupante”, afirma a colunista.

E por que isso está acontecendo? Para Marisa Midori, há alguns motivos. “Eu ouvi várias explicações. Talvez as pessoas não tenham mais tanto tempo para ler, o ritmo da vida muda. A leitura está ligada ao tempo, ao silêncio, à ausência de imagens. E também a uma leitura comunitária, de biblioteca de bairro. São coisas que não temos mais tido”, avalia a professora. “Temos que pensar que temos o tempo da vida e o tempo da vivência. E o Brasil continua — e está na pesquisa da Nielsen — como um país que tem poucas livrarias. O cenário está mudando. O sinal vermelho ainda não foi ligado, mas o sinal amarelo está aí”, finaliza ela.


Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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