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Diferentemente do que costuma acontecer em sua coluna, a professora Marisa Midori inovou: em vez de receber uma pergunta inicial, quem perguntou dessa vez foi ela. “Onde é que está o gato?”, começou, para ela mesma responder: “O gato está no frontispício”. E seguiu: “E a girafa? Onde Está a girafa?”. E a colunista respondeu — e esclareceu a razão dessa nova abordagem na coluna. “O livro tem formas e estruturas muito peculiares. É possível, como fez Gustavo Piqueira, estabelecer a anatomia do livro tomando por empréstimo partes do corpo humano. O livro tem pé, tem cabeça”, afirma ela. “Mas estas palavras e lugares que correspondem ao que chamamos de formas e estruturas do livro podem ter nomes mais complicados, como frontispício, colofão, ficha catalográfica…”, enumera a professora. “E é disso que trata um livro fantástico, voltado para pequenos e grandes leitores, publicado pela Editora Baião. O título? Tem um gato no frontispício, de Sofia Mariuti e Vitor Rocha”, revela Marisa Midori.

Para a colunista, um livro assim abre um diálogo importante com as crianças sobre a riqueza desse objeto que é o livro, ainda quando as novas gerações estão caminhando diretamente para o digital. “Fiquei encantada com a forma lúdica como os autores abordam essas questões da anatomia do livro”, afirma a colunista. “Porque, na verdade, leitores de livros descobrem intuitivamente, a existência dessas estruturas e de suas funções. Mas para isso ele precisa conhecer o livro, ser um frequentador do livro”, afirma. “Quando as novas gerações já não se acomodam nessa morada tão acolhedora que pode ser um livro, as coisas se complicam. A pergunta que faço é: chegamos em um momento no qual será necessário um manual para os leitores de livros impressos”, finaliza, com esse questionamento, a colunista.

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