Como ficará a ocupação do espaço urbano a partir da nova realidade gerada pela pandemia do novo coronavírus? Sobre isso especula o professor Guilherme Wisnik nesta edição de sua coluna. Na sua visão, uma nova cultura deve se impor, a do isolamento e da proteção, como já se vê em vários países que estão liberalizando as medidas de restrição. Ou seja, estamos falando de uma realidade que coloca em crise toda a ideia mais libertária e democrática do uso da cidade como ponto de encontro com o outro e de como lidar com a diferença, “diferentes credos, diferentes línguas, diferentes etnias, diferentes culturas”.
“O risco é que essa situação pandêmica nos leve para uma tendência, que já era uma tendência há muito tempo, que é a da proteção e do isolamento, do medo do outro, da securitização, tudo isso que cada vez mais se torna presente nas nossas realidades, que são os muros, as cercas elétricas, as guaritas, a ideia de estar separado.” Wisnik vê um futuro em que viveremos em bolhas, como já acontece nas redes sociais.
Enquanto isso, diz ele, o espaço público é “sequestrado” no Brasil pelos bolsonaristas e pelos movimentos de direita, “os únicos que têm vontade e coragem de ir para as ruas”. No resumo da ópera, a rua deixou de ser o espaço por excelência dos movimentos contestatórios. É um cenário preocupante em relação ao que nos reserva o futuro.
Acompanhe, pelo link acima, a íntegra da coluna Espaço em Obra.
Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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