Na coluna desta semana, o professor Guilherme Wisnik comenta a atual situação do País, imerso numa escalada sem precedentes de mortes – “mais de 2 mil por dia, em meio a um cenário de negacionismo atroz” – causada pela covid-19. Naquela que se tornou a pior gestão da covid no mundo, o Brasil acabou se transformando, nas palavras do colunista, num pária internacional. A sensação que resta é de melancolia, o que faz Wisnik lembrar de uma canção composta por Caetano Veloso, há 30 anos, a qual diz, num de seus trechos, que “a mais triste nação, na época mais podre, compõe-se de possíveis grupos de linchadores”.
Na época, o compositor referia-se à ocorrência de linchamentos pelo País. Agora, no entanto, a perspectiva é outra, “é como se aquela sociedade civil que praticava linchamentos tivesse se voltado contra si mesma, em grande escala e no âmbito da política, e feito um grande linchamento do próprio País, da República, da democracia, do Estado de direito e do apreço pela vida”. De acordo com o colunista, vivemos em Estado de sítio e em um pesadelo permanente.
Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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