A importância das pesquisas de Steven Weinberg, que morreu no último dia 23 de julho, aos 88 anos, é o tema da coluna do físico Paulo Nussenzveig. “Muito de nosso atual entendimento do Universo é devido a desenvolvimentos que ele concebeu ou de que participou diretamente. Eu não poderia deixar de mencionar a obra dele neste espaço e ressaltar características que estão entre as que mais admiro em cientistas”, conta. “Steven Weinberg nasceu em 1933, na cidade de Nova York, filho de imigrantes judeus. Seu interesse por ciência, segundo ele contou, nasceu de um kit de química que ele herdou, quando tinha 16 anos, de um primo que preferiu ser boxeador.”
“Ele concluiu o ensino médio em 1950, no Bronx High School of Science, onde também se formaram, na mesma época, outros laureados com o Prêmio Nobel, como Leon Cooper e Melvin Schwartz, assim como Sheldon Glashow, que foi seu colega de turma, colega de graduação na Universidade de Cornell e com quem recebeu, juntamente com Abdus Salam, o Prêmio Nobel de Física em 1979”, relata o físico. “Conforme Frank Wilczek, em obituário na revista Nature, é provavelmente uma boa política científica acolher imigrantes e juntar crianças talentosas para estudar.”
“A mais importante contribuição científica de Weinberg, que lhe rendeu o Prêmio Nobel, foi a unificação de duas interações físicas consideradas distintas, as interações eletromagnéticas, responsáveis pela grande maioria das forças que experimentamos no cotidiano, e as interações fracas, que ocorrem nos núcleos e permitem compreender os decaimentos radioativos”, afirma Nussenzveig.
Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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