O câncer é uma doença causada pela multiplicação incontrolável de um grupo de células. Há mais de 100 tipos diferentes de cânceres e, por consequência, dúvidas são frequentes. O Jornal da USP no Ar conversou com a doutora Maria Del Pilar Estevez Diz, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sobre prevenção, tratamentos e subtipos da doença.
Na maior parte dos casos, o câncer é uma doença previsível. Para reduzir o risco dos neoplasmas é essencial uma vida saudável, que envolve: não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e realizar atividades físicas regularmente. “A possibilidade de cura está diretamente ligada ao diagnóstico precoce”, enfatiza a doutora. Para isso, os exames preventivos são fundamentais e devem ser incorporados aos hábitos saudáveis. Maria Del Pilar explica que as mulheres devem realizar a mamografia a partir dos 50 anos, já o papanicolau com início aos 24 anos.
Maria Del Pilar destaca que o câncer não é contagioso, mas que alguns vírus estão diretamente relacionados à doença, como o câncer de colo de útero, ligado ao Papilomavírus Humano (HPV), e os cânceres de fígado, relacionados à hepatite crônica ativa. Nesses casos, a vacinação é primordial.
Estima-se que entre 5% a 10% dos cânceres são hereditários, esclarece a chefe da Oncologia Clínica do Icesp. A presença de tipos raros da doença – como o câncer do sistema nervoso central –, assim como sua incidência em jovens, são indicativos da possível hereditariedade. O câncer de mama, no entanto, também pode ser hereditário. O aumento da expectativa de vida e a modernidade também contribuem para a maior predominância dos neoplasmas, afinal, “há maior exposição aos agentes carcinogênicos”, conta Maria Del Pilar.
Por fim, a chefe de Oncologia Clínica comenta que as pesquisas sobre o câncer estão progredindo. “Temos trabalhado muito na pesquisa daquilo que chamamos de biópsia líquida, ou seja, um exame de sangue que consiga indicar a presença do câncer”, conta. Segundo Maria Del Pilar, a biópsia líquida pode ser uma realidade em um futuro não muito distante.
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