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Na coluna Reflexão Econômica desta semana, o professor Luciano Nakabashi fala sobre os impactos que a proposta dos delatores da Lava Jato, que querem anular acordos e reaver multas, teriam na economia. Para o professor, existe uma motivação dos delatores de que foram os únicos, de fato, punidos. “Todos os ganhos da Lava Jato para reduzir a corrupção no País podem ir por água abaixo em função de vícios no processo, mesmo com as provas incontestáveis desse grande escândalo envolvendo agentes públicos e privados.”

Um grande problema em termos econômicos, diz o professor, é a mistura do que é público e do que é privado por agentes políticos, empresários e outros envolvidos, capturando benefícios de recursos públicos de forma privada e agindo em benefício próprio, no que era para beneficiar a população como um todo. “Mesmo com todas as provas, a pena será somente para aqueles que delataram, a mensagem que fica é a de que o crime compensa.”

Segundo Nakabashi, a corrupção é um problema relevante e deixa impactos econômicos consideráveis, pois os recursos poderiam ser investidos na infraestrutura do País, no bem-estar das pessoas e na educação, especialmente num País em que os recursos são escassos. “Fora isso, o esforço das pessoas acaba sendo direcionado para obter os recursos de forma ilícita, ao invés de ter um esforço maior em atividades produtivas e em investimentos.”

Para o professor, a corrução existe em todos os países, em alguns, de forma mais grave; o que se pode fazer é diminuir o seu grau, alinhando incentivos para que as pessoas se sintam mais voltadas para os investimentos produtivos e em atividades legais que ajudem no desenvolvimento econômico e social do País. “A Lava Jato foi muito positiva, mas envolveu grandes políticos e empresas e houve uma força muito grande para encerrá-la. Agora estamos vendo, mesmo nos casos com provas, que os processos podem ser reduzidos ou anulados. O Brasil precisa de mais ações como a Lava Jato, de leis que aumentem a punição e facilitem a detecção de atos de corrupção e julgá-los, com isso, aumentando a transparência.”

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