Durante muito tempo, com o fenômeno da globalização, a ideia das grandes empresas — respaldadas por governos — foi conquistar o mundo, ter filiais em diversos países, atingir o maior tamanho possível. De acordo com Luli Radfahrer, no entanto, tal princípio tem mudado e a nova tendência é a “escala humana”.
“Empresas gigantes como a Walmart, nos tempos presenciais, ou a Amazon, nos tempos digitais, ‘matam’ as lojinhas locais. Se antes buscava-se a escala global, agora a ideia é priorizar os pequenos comércios”, comenta o especialista.
Sobre a “escala humana”, o professor explica que: “É aquilo que um ser humano é capaz de ver, viver e experimentar”. Uma loja que segue essa tendência, por exemplo, deve garantir que o consumidor possa conhecer sua totalidade em cerca de uma ou duas horas.
Apesar de a ideia propor a criação de estruturas comerciais menores, o processo não é necessariamente uma contraposição à globalização. “A ideia da escala humana não é acabar com o produto globalizado, mas valorizar os produtos mais próximos, sazonais, e o digital te ajuda a chegar nesses locais marginalizados, que, se bobear, fazem um produto melhor do que o das grandes empresas”, aponta Radfahrer.
O professor relembra a dinâmica das feirinhas de Embu das Artes para exemplificar a tendência, apontando que a experiência daquele pequeno centro comercial era mais proveitosa quando havia menos produtos globalizados. “Hoje em dia, o sistema digital e meios como o Mercado Livre permitem que lojas pequenas e grandes possam competir”, completa o especialista.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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