A metformina é uma droga utilizada há muito tempo para controlar os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabete tipo 2. Um estudo anterior, com 41 mil idosos entre 68 e 81 anos, mostrou que a metformina reduz o risco de demência, doenças cardiovasculares, fragilidade e depressão.
Um estudo recente, publicado na revista Cell, mostrou os efeitos da metformina em macacos adultos do sexo masculino. Um grupo de 12 animais mais velhos foi tratado diariamente com a droga, enquanto o grupo controle não recebeu o medicamento. Eles foram acompanhados por 40 meses e submetidos a testes físicos, exames de imagem do cérebro e, ao final do estudo, os cientistas coletaram amostras de vários tecidos e órgãos.
“A droga reduziu a idade biológica de vários tecidos, incluindo o pulmão, rins, fígado, pele e o lobo frontal do cérebro, [ela] diminuiu também a inflamação crônica que é uma marca de envelhecimento”, afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.
Segundo os autores, continua Mayana, nos animais tratados houve uma regressão de seis anos no envelhecimento cerebral, o que corresponde a quase 20 anos em humanos.
Na edição de hoje (3), Mayana faz uma breve explicação sobre os próximos passos a partir desses resultados. “A grande vantagem dessa droga é seu baixo custo, tornando-a acessível a todos e que, portanto, poderia ser uma arma importante aumentando o envelhecimento com saúde”, completa a geneticista.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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