Desigualdades de cor e gênero persistem no mercado de trabalho paulista

Levantamento da fundação Seade mostra que as mulheres negras são as mais prejudicadas nos âmbitos salariais e ocupacionais

 05/02/2025 - Publicado há 1 mês

Imagem de uma jovem negra diante de um computador. Ela se apresenta com ambas as mãos tampando o rosto, num gesto que demonstra descontentamento
Mulheres negras recebem salários inferiores aos dos homens brancos, das mulheres brancas e dos homens negros – Foto: pch.vector / Freepik
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A disparidade no acesso ao emprego segue uma realidade no Estado de São Paulo. Em 2023, a população economicamente ativa paulista, composta de trabalhadores empregados e aqueles em busca de ocupação, somava 11,4 milhões de pessoas negras e 15 milhões de não negras.

Os negros representavam 42% dos que estavam empregados, mas 52% dos desempregados. A taxa de desocupação desse grupo atingiu 9%, quase três pontos porcentuais acima da dos não negros, que era de 6,3%.

Levantamento

Essa não foi a única disparidade apontada pelo estudo da Fundação Seade, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE. O levantamento examinou a evolução do mercado de trabalho paulista entre 2019 e 2023 e revelou que, apesar da queda na taxa de desocupação das mulheres negras, esse grupo ainda enfrenta os maiores índices de desemprego. O porcentual caiu de 18% em 2019 para 11% em 2023, ainda praticamente o dobro do registrado entre os homens não negros, de 5,8%.

Disparidades salariais

A desigualdade também se manifesta nos salários. Em 2023, houve redução nos rendimentos de todos os grupos analisados. As mulheres passaram a ganhar, por hora trabalhada, R$ 25 no caso das não negras e R$ 14 para as negras, uma diminuição média de 4%. Entre os homens, a queda foi menor, de 1,5%, com rendimentos de R$ 31 para os não negros e R$ 17 para os negros.

Mais uma vez, as mulheres negras foram as mais prejudicadas, recebendo menos da metade do que os homens não negros, que continuaram a ocupar o topo da hierarquia salarial. Para contornar essas adversidades, é fundamental a criação e execução de políticas voltadas à redução das disparidades, promovendo equidade de oportunidades e condições no mercado de trabalho paulista.


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