O modo com que a ciência lida com uma nova descoberta é o tema da coluna do físico Paulo Nussenzveig. “Na semana passada, uma notícia ganhou as manchetes dos jornais do mundo inteiro: pesquisadores detectaram a presença de fosfina na atmosfera de Vênus”, afirma. “A importância da descoberta está na possibilidade de se tratar de um possível sinal de atividade biológica, embora muitas ressalvas sejam necessárias. Os processos característicos da ciência estão em marcha, com uma saudável mistura de empolgação e ceticismo.”
“A descoberta, anunciada na semana passada, ilustra várias facetas do empreendimento científico. Desenvolvemos instrumentos e técnicas que nos permitem investigar a natureza com crescente detalhe. Somos capazes de conhecer a composição da atmosfera de vários astros através de assinaturas espectrais”, diz o físico. “Diferentes elementos e compostos químicos absorvem luz em comprimentos de onda (cores) específicos. Podemos analisar a intensidade de luz em cada comprimento de onda: maior absorção em determinadas faixas espectrais indica a presença de compostos específicos.”
“Há alguns anos, com o crescente inventário de planetas descobertos fora de nosso sistema solar, cresceu o interesse em ‘marcadores biológicos’, moléculas que possam sinalizar a presença de vida”, aponta Nussenzveig. “Surgiu uma área estruturada de pesquisa, a astrobiologia, para responder à questão existencial: estamos sozinhos no Universo?”
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Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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