Como avaliar atitudes colaborativas em ciência

Paulo Nussenzveig fala sobre as grandes colaborações internacionais entre cientistas e de como avaliar esse tipo de trabalho

 18/12/2019 - Publicado há 5 anos
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Nesta última coluna Ciência e Cientistas de 2019, o professor Paulo Nussenzveig fala das grandes colaborações internacionais entre cientistas, que acabam gerando artigos com muitos autores, de muitos países, e a necessidade de desenvolvimento de mecanismos de avaliação dos pesquisadores que valorizem adequadamente essas características. O professor cita artigo de Dalmeet Singh Chawla, publicado na Nature News, em 13 de dezembro, com o título Hiperautoria: projetos globais geram forte aumento em trabalhos publicados com mais de mil autores. Segundo um relatório publicado pelo Institute for Scientific Information (ISI), em 4 de dezembro, o número de trabalhos com mil autores ou mais cresceu mais de duas vezes nos últimos cinco anos. Outra característica apontada no relatório é a internacionalização. Os autores também chamam atenção para o fato de que os indicadores típicos utilizados para avaliar revistas científicas, instituições de pesquisa e, muitas vezes, pesquisadores individuais, são muito distintos para publicações com hiperautoria em relação aos artigos com poucos autores. Eles sugerem remover esses artigos na hora de contabilizar esses indicadores.

Nussenzveig cita ainda o artigo do pesquisador Marcus Munafò, na Nature, em 10 de dezembro, com o título Incrementar a qualidade na pesquisa exigirá ação coletiva. Se a complexidade e a abrangência das questões científicas do nosso tempo demandam equipes de pesquisadores cada vez maiores, espalhadas por diversos países e instituições, como devemos adaptar os mecanismos de contratação, promoção e reconhecimento de pesquisadores?

Juntamente com colegas, Munafò fundou a Rede de Reprodutibilidade do Reino Unido, para encontrar, juntamente com instituições acadêmicas, maneiras de valorizar a replicação, verificação e transparência de estudos científicos. Dez universidades britânicas fazem parte da rede e há expectativa de que o número cresça. Como apenas um exemplo de mudança cultural, ele cita que a Universidade de Bristol incluiu explicitamente práticas de compartilhamento público de dados e outras iniciativas voltadas à chamada “pesquisa aberta” nos critérios para promoção de seus cientistas.

Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Ciência e Cientistas.


Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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