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A Prefeitura de São Paulo enviou para a Câmara Municipal um projeto de lei de revisão do Plano Diretor Estratégico. O professor Nabil Bonduki fala sobre o tema nesta edição de sua coluna: “O projeto de lei de revisão do Plano Diretor Estratégico enviado pelo prefeito Ricardo Nunes é uma proposta tímida para enfrentar os novos problemas da cidade e do planeta, e equivocada na estratégia de estruturação urbana. É tímida porque não enfrenta de forma incisiva a emergência climática, questão que se agravou muito após aprovação do plano diretor em 2014. O projeto trata dessa questão de forma muito superficial, dizendo que é necessário adotar o plano de ação climática, respeitar a nova agenda urbana da ONU ou seguir os objetivos do milênio, mas é tratado apenas de forma retórica, sem adotar medidas efetivas e concretas em termos de alteração das normas de uso e ocupação do solo ou de mudança do modelo de mobilidade que apontem para a adaptação da cidade para as mudanças climáticas que estão aí, gerando eventos extremos”, diz ele.

Segundo Bonduki, a revisão precisaria radicalizar a adoção de medidas que enfrentem a questão climática como, por exemplo, ampliar a permeabilidade do solo nos empreendimentos e inclusive em algumas regiões, sobretudo nas baixadas; proibir os subsolos; obrigar a implantação de tanques de retenção de águas fluviais em toda cidade para retardar a chegada das águas de chuva que caem com muito mais intensidade no sistema de drenagem da cidade, que é extremamente insuficiente; determinar que todos os ônibus novos da cidade que entrem em circulação sejam movidos a energia limpa, para reduzir a emissão de CO2; criar regras mais severas para restringir a circulação dos automóveis e estimular a utilização do transporte coletivo e da mobilidade ativa; e proibir grandes investimentos do sistema viário que favoreçam apenas a circulação de automóveis, priorizando de fato a inversão de recursos do transporte coletivo nas ciclovias e na circulação de pedestres .

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