Enquanto alguns setores da sociedade, como a maior parte dos agentes econômicos, se mostram empolgados com a ideia de uma retomada verde, o professor José Eli da Veiga faz algumas restrições. “Para se falar em retomada verde, seria necessário que já houvesse algum tipo de projeto para a transição energética”, diz o colunista. No entanto, segundo ele, o Brasil está apontando para um caminho contrário. “Há um entusiasmo com relação ao petróleo e que o pré-sal será a salvação. Mas a tendência é que nossa matriz energética fique mais fóssil”, explica Eli da Veiga.
O colunista ainda questiona: “Como falar em retomada verde se não observamos nenhuma aceleração da substituição das energias fósseis por energias renováveis?”. Eli da Veiga reconhece que a substituição tem ocorrido, mas vagarosamente. “Eu já chamei atenção para o fato de que o País teria muitas vantagens com o uso da energia solar, mas isso não vem acontecendo. E não será agora que isso irá mudar”, constata o professor. Tais observações o levam a crer que, “quando houver uma retomada, se houver, ela com certeza será marrom”.
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Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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