Brasil é um dos países que mais rejeitam a informação e o consumo de notícias

Carlos Eduardo Lins da Silva comenta dados divulgados pelo Reuters Institute a respeito do consumo de notícias no mundo e tenta explicar o porquê dessa falta de interesse pela informação

 27/06/2022 - Publicado há 2 anos

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Nesta sua coluna, Carlos Eduardo Lins da Silva comenta relatório sobre o consumo de notícias no mundo, divulgado pelo Reuters Institute, cujos dados são ruins para o público brasileiro, pois demonstram que, no Brasil, a situação é uma das piores no que se refere à rejeição de informação: 54% dos brasileiros dizem que evitam notícias, um porcentual que se coloca acima da média mundial (38%) e acima da dos nossos vizinhos da América Latina. O relatório também aponta que os jovens são os mais avessos ao interesse por notícias, mas este é um fenômeno mundial. “No mundo inteiro, 42% das pessoas com menos de 35 anos evitam ativamente as notícias”, informa o colunista. Os motivos são os mesmos para ambos os grupos: notícias repetitivas e assuntos considerados desagradáveis, como política e pandemia de covid, entre outros temas igualmente desprezados.

O colunista lamenta o atual estado de coisas e cita artigo publicado numa revista acadêmica por uma filósofa holandesa, a qual responsabiliza por esse apego à desinformação as empresas de tecnologia – que controlam as plataformas de mídias sociais -, os governos, os órgãos regulatórios, a própria mídia tradicional, os partidos políticos, “porque estes é que têm o dever de fazer com que as coisas mudem, porque essas pessoas que comandam esses organismos têm plena consciência de como funciona o sistema e de quais são as consequências sociais, que são bastante nefastas, como temos visto”, diz Lins da Silva, antes de concluir:” É muito ruim o que as plataformas das mídias sociais têm feito para a democracia e para a convivência amena e construtiva entre as pessoas de uma sociedade”.


Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção  da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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