Na coluna Ciência e Cientistas, o físico Paulo Nussenzveig volta a abordar a questão da avaliação dos cientistas. “O uso indiscriminado de indicadores cientométricos, como números de publicações, fatores de impacto de revistas, números absolutos de citações dos artigos e fatores h leva a distorções que têm sido denunciadas na comunidade”, aponta. “Resolvi retomar o tema, pois é preciso continuar a pensar em maneiras justas e transparentes de avaliar as pessoas.”
“Há outras questões que não abordei. Por exemplo, há aspectos muito atraentes no uso de critérios numéricos, por sua objetividade”, destaca o físico. “Se lembrarmos que as posições de direção na maior parte das instituições acadêmicas são ocupadas por homens brancos, em geral, não muito jovens, os riscos de discriminação de gênero ou discriminação étnica não podem ser desprezados. Assim, o uso de indicadores numéricos traz uma bem-vinda objetividade para evitar preconceitos.”
“Porém, a atividade científica é criativa e indicadores não capturam todas as suas dimensões”, afirma Nussenzveig. “Como conciliar a objetividade desejada, para evitar os riscos de discriminação, com a subjetividade inerente ao processo de geração de conhecimento?”
Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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