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A invasão da Ucrânia pela Rússia acabou de completar dois anos e, em sua coluna, o professor Alberto do Amaral especula se as sanções econômicas praticadas pelos Estados Unidos e seus aliados ao país invasor estão realmente surtindo efeito, uma vez que a economia russa continua a crescer.  Em 2023, houve um crescimento de 3% e, segundo as projeções do FMI, espera-se um crescimento da ordem de 2,6% neste ano. Esses dados levam a crer que, ao menos por enquanto, as sanções não produziram os resultados esperados. “Até agora a Rússia tem conseguido impedir que efeitos catastróficos recaiam sobre a sua economia e a Rússia fez isso por intermédio de uma frota de navios petroleiros que exportam o petróleo russo para a China e para a Índia. Esses navios navegam nos oceanos sem obedecer as regras tradicionais impostas pela navegação marítima e procurando burlar as sanções impostas pelo Ocidente contra as empresas marítimas que transportam o petróleo russo”.

Para Amaral, são fatos importantes para demonstrar que as sanções não foram eficazes a ponto de causarem um grande efeito econômico sobre a economia russa. No entanto, pergunta ele, será que essa situação persistirá num futuro imediato? “É muito duvidoso que isso venha a ocorrer, porque o crescimento da economia russa deve-se fundamentalmente à criação de um complexo industrial militar, as despesas com a guerra alimentam a economia russa, mais de um terço do orçamento é dedicado à guerra exclusivamente. Há ainda um êxodo de pessoas jovens, principalmente, que evitam o recrutamento militar e buscam oportunidades no exterior. Há uma restrição ao acesso à tecnologia – se, atualmente, a produção de tanques, mísseis e sistemas de defesa contribuem decisivamente para o crescimento da economia russa, é difícil imaginar que, a partir de 2025, isto continuará a ocorrer. O desvio de recursos dos setores de saúde, de bem-estar, para o complexo industrial militar pode ter um fim no curto prazo”. Para o colunista, tudo isso gera dúvidas a respeito da continuidade do crescimento econômico russo e do impacto que essa continuidade terá sobre as decisões do governo de Vladimir Putin.

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