Anvisa e a luta contra o cigarro eletrônico no País

Além da proibição, o poder público deveria adotar medidas para fiscalizar o comércio e a entrada ilegal desses produtos no País, além de promover campanhas educativas para desestimular o consumo

 08/04/2024 - Publicado há 8 meses

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou recentemente a lista de contribuições recebida nas consultas públicas sobre a proibição de cigarros eletrônicos no País. Foram mais de 13 mil participações, com 37% destas favoráveis a manter esses dispositivos proibidos no Brasil e o restante manifestando opinião diferente, contrária ou apelando para outras ponderações. Entre os profissionais de saúde, 61% fizeram avaliação positiva da proibição.
Diz João Paulo Lotufo que, em relatório publicado no ano passado, a área técnica do órgão regulador recomendou, além da proibição, que o poder público adote medidas para fiscalizar o comércio e a entrada ilegal desses produtos no País e promova campanhas educativas para desestimular o seu consumo, uma recomendação bem ao gosto do projeto Dr. Bartô e os Doutores da Saúde. “E há um trabalho recente, publicado no The New England Journal of Medicine, em março de 2024, que  diz o seguinte: ‘As chances de adoecimento entre usuários de cigarro eletrônico e cigarro comum são semelhantes para doenças cerebral, cardiovascular e metabólica’. A chance de adoecimento por doença respiratória, o famoso DPOC,  parece ser menor, mas é que a gente ainda tem pouco tempo de exposição desses usuários ao cigarro eletrônico e são os mais jovens que estão começando a fumar, provavelmente isso acontecerá no futuro”.
Outros artigos associam o consumo dos cigarros eletrônicos a um risco maior de diagnóstico de bronquite, pneumonia e tosse crônica entre adolescentes americanos com idade entre 12 e 17 anos na comparação aos não usuários da mesma faixa etária. “Asmáticos que fazem uso de cigarros eletrônicos já apresentam impacto negativo na prova de função pulmonar com apenas cinco minutos de uso desse dispositivo. O risco de asma entre não fumantes que iniciaram o uso de cigarro eletrônico dobrou e esse estudo observou que os usuários de cigarros eletrônicos apresentaram risco significativamente maior para doença pulmonar obstrutiva crônica”.

Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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