Na coluna Saúde e Meio Ambiente desta semana, Paulo Saldiva discute a relação de crescimento dos centros urbanos com o adoecimento da população. Para o professor, a rápida proliferação da covid-19 se deu pela alta densidade demográfica das cidades e por fatores culturais que impediram a tomada de ações eficazes no combate ao vírus.
Segundo o colunista, a pandemia da covid-19 tem raízes ambientais, já que o vírus possivelmente se origina do consumo de animais silvestres: “A propagação foi determinada não só pelo adensamento das cidades, mas a grande intensidade populacional com o crescimento urbano desenfreado, bem como a mobilidade de um mundo globalizado que se locomove a grandes distâncias muito rapidamente. Ao mesmo tempo, fatores culturais impediram que tomássemos as medidas necessárias para impedir a disseminação da doença por estarmos embutidos em nossa cultura e hábitos de ações e medidas de socialização, de encontros, de eventos onde seres humanos sempre se aproximam uns dos outros”, afirma.
Saldiva indaga sobre o futuro pós-pandêmico, cujas respostas ainda não se têm: “Como será o mundo no futuro? Vamos ter medidas para impedir o avanço das cidades nas regiões silvestres? Nós vamos impedir a grilagem das terras que circundam os grandes centros urbanos? Vai existir investimento maciço em ciência para a detecção de novos patógenos e fazer uma busca ativa de casos? Vamos reconstruir as cidades de tal forma a impedir que alguns segmentos da população tenham condições de vida tão precárias que os fazem presas fáceis por um agente infeccioso?”.
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Saúde e Meio Ambiente
A coluna Saúde e Meio Ambiente, com o professor Paulo Saldiva, vai ao ar toda segunda-feira às 8h, quinzenalmente, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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