Ultimamente, só se fala em chatbots, o que nos leva a especular se a inteligência artificial vai mesmo dominar o mundo. Na opinião de Luli Radfahrer, há um bocado de exagero nisso, já que a inteligência artificial é uma tecnologia complementar, “você dizer que ela vai dominar o mundo é como você dizer que a eletricidade vai dominar o mundo […] o chatbot está na moda, e vai ter uma expansão e depois vai cair na normalidade; agora, quando a gente fala da inteligência artificial dominar o mundo, a gente precisa entender de que tipo de inteligência artificial a gente está falando”.
De acordo com ele, ChatGPT, é uma base de dados, depende de supercomputadores e não consegue, por exemplo, se orientar no mapa ou entender a informação de satélite, ou seja, “a gente tem essas informações muito tópicas, muito específicas, o que dizem que vai ser o grande salto da inteligência artificial é quando surgir uma inteligência geral, ou seja, uma máquina que pense de forma parecida com um ser humano”. Radfahrer vai além e diz que, no momento em que a máquina for superinteligente, pode gerar outras máquinas ainda mais inteligentes, até que chega o momento em que a máquina é mais inteligente do que um ser humano […] a gente não sabe o limite, né?”, diz o colunista, não sem antes observar que o progresso da tecnologia não é linear.
“Só que o salto da inteligência específica para o geral é muito grande e a gente nem sabe se é possível existir uma inteligência […] é a ideia de você transferir para a máquina tudo aquilo que você não conhece, todos os seus mitos, todas as suas ignorâncias. E, do mesmo jeito que alguns povos primitivos transferiram aquilo que eles não entendiam para a religião, hoje as pessoas transferem isso para a máquina.”
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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