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Em sua primeira coluna do ano, João Paulo Lotufo nos traz um exemplo do combate ao uso do álcool na Europa e na América do Norte: “A Guarda Nacional Rodoviária, em reportagem da TV de Braga, em Portugal, neste Carnaval, realizou uma operação intensiva de patrulhamento das estradas em relação à bebida alcoólica, principalmente nas zonas associadas com festividades do Carnaval.
Durante essa operação, foram fiscalizados 38.533 condutores, tendo sido detectados 767 condutores com excesso de álcool, dos quais 412 foram detidos por possuírem uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l.
Nesse período, a GNR registou 1.922 acidentes, dos quais resultaram em quatro vítimas fatais, 45 feridos graves e 570 feridos leves. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência”.

Lotufo acrescenta que o Brasil registrou, no mesmo período de Carnaval, 73 mortes no trânsito, 30% a menos que em anos anteriores, mas ainda um número que considera assustador.

O colunista prossegue: “Publicação da BBC News em janeiro de 2023 diz que no Canadá há novas recomendações nacionais, apontando que não há quantidade segura de ingestão de drinques alcoólicos. Se a pessoa escolher beber, de acordo com o documento, um máximo de dois drinques por semana é a quantidade considerada de baixo risco pelas orientações apoiadas pelo governo. As diretrizes anteriores recomendavam um máximo de dez drinques por semana para mulheres e 15 drinques para homens. ‘A principal mensagem dessa nova orientação é que qualquer quantidade de álcool não é boa para a saúde’, disse Erin Hobin, cientista sênior da Public Health Ontario e membro do painel de especialistas que desenvolveram essas diretrizes.

O relatório de quase 90 páginas, do Centro Canadense de Uso e Dependência de Substâncias, descreve vários riscos à saúde associados ao que antes era considerado baixo consumo de álcool. De acordo com o CCSA, mais de duas cervejas de cerca de 341 ml com 5% de álcool ou uma taça de 142 ml de vinho com 12% de álcool trazem um aumento nos resultados negativos, incluindo câncer de mama e cólon.
A informação pode vir como um baque para cerca de 80% dos adultos canadenses que bebem. E eu digo que ela será imposta por lá.

Preso em Barcelona desde 20 de janeiro, por suspeita de estupro, Daniel Alves disse para sua esposa que não se lembra de nada do que aconteceu na boate. Ele alegou que estava embriagado na noite em que esteve na casa de shows. Nada justifica sua atitude, mas difícil acreditar que o álcool não o influenciou em sua ação”.

Pergunta o colunista : “Até quando o Brasil vai permitir uma política favorável à indústria da bebida, com várias mortes e atitudes impensáveis? A punição tem que ser exemplar e não é mais aceito que a legislação no País não progrida positivamente. A sociedade tem que cobrar isso dos governantes. Felizmente, já encontramos jovens que não bebem ou jovens que bebem pouco. A responsabilidade é de todos, inclusive da família. Abram os olhos”.

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