
Uma tese de doutorado da FFLCH visa a aprofundar e debater as condições sociais da emergência de um espaço literário transnacional que abranjam as nações que falam língua portuguesa. O Momento Sociedade desta semana, com o pesquisador José Luiz Portella, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, traz respostas para perguntas, por exemplo, de como é constituído esse espaço, quais suas disputas internas e os principais autores, e o que seria de fato esse espaço transnacional.
“Um espaço fundamental transnacional são instituições, prêmios e projetos que façam que a língua portuguesa seja compartilhada em todos os países de maneira comum. A criação do Prêmio Camões e do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) serviram de incentivo para esse intercâmbio cultural, que nem sempre foi prolífico como deveria ser”, explica.
Portella lembra que estamos em um momento em que a cultura está em grande discussão, da qual a literatura faz parte. Após Chico Buarque ser contemplado com o Prêmio Camões, a premiação ganhou uma relevância e levou a uma aproximação entre escritores, artistas e políticos. “Isso mostra que, quando existem instituições inclusivas, elas funcionam.”
A tese de Marcelo Stella, doutorando da FFLCH, pretende pensar nesse espaço literário transnacional de língua portuguesa criado e nos seus escritores, após trabalhos feitos por Brasil e Portugal no final do século 20 e mais tarde com os países africanos de língua oficial portuguesa (notadamente Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe).