
O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe Fernanda Maris Peria, professora da Divisão de Oncologia Clínica do Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A professora Fernanda, que coordena as disciplinas de oncologia clínica e biologia do câncer da FMRP, fala sobre o câncer de pulmão que, segundo o American Institute for Cancer Research, prevalece em cerca de 15,5% dos casos de câncer no mundo e, no Brasil, fica na 3ª posição, com 7,9% dos tumores diagnosticados.
O que é e como se desenvolve o câncer de pulmão?
O câncer de pulmão, segundo Fernanda, “está, em grande parte, relacionado ao tabagismo, seja ele passivo ou ativo”. O tabagismo passivo é “aquele em que a pessoa não fuma, mas possui moradores na residência que fumam no ambiente”. A inalação dessa fumaça causa irritação e inflamação nas vias respiratórias, chegando na região do pulmão. As substâncias carcinogênicas, “encontradas tanto no cigarro de palha quanto no de filtro”, estimulam a multiplicação desordenada das células.
De acordo com a professora, existem alguns casos em que a pessoa nunca fumou e desenvolveu o câncer de pulmão. Essa condição é explicada por “alterações genéticas do próprio indivíduo, que não necessariamente passa de pai para filho, e acaba favorecendo o surgimento do câncer”.
Sintomas e cura do câncer de pulmão
Os sintomas do câncer de pulmão geralmente começam quando a lesão já está em um nível um pouco mais avançado. Fernanda conta que “o quadro inicial não tem uma clínica muito exuberante” e os sintomas que podem ser observados no começo da doença são “tosses persistentes, falta de ar e, em casos mais graves, tosse com saída de sangue e pneumonia de repetição”, além da “perda de peso repentina, sem dietas ou exercícios”.
Metade dos casos de câncer de pulmão é diagnosticada no estágio avançado da doença e, com isso, a chance de cura cai para praticamente zero, conta a professora. O cálculo feito nesse tipo de situação é para a sobrevida, que geralmente varia até cinco anos.
Tratamento do câncer de pulmão
O tratamento do câncer de pulmão é um dos que mais avançaram nos últimos dez anos, permitindo “uma sobrevida maior e com efeitos colaterais diferentes e menos agressivos do que a quimioterapia”, diz Fernanda. “Comprimidos usados para agir naquela via do tumor e imunoterapia estimulam o sistema imune do próprio indivíduo a combater a célula do tumor”, explica. Mesmo não sendo tratamentos que garantem cura, essas opções ajudam a manter uma qualidade de vida maior para o paciente com câncer de pulmão.
Os ouvintes podem enviar sugestões de temas e comentários para o e-mail: ouvinte@usp.br.
Edição: Rita Stella
Coordenação: Rosemeire Talamone
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