
Para acalmar uma simples dor, sempre temos à mão um analgésico. São medicamentos muito comuns, adquiridos em qualquer farmácia sem receita médica. Mas existem diferentes tipos de analgésicos, fato que exige atenção para o uso destes medicamentos. Esta edição do Pílula Farmacêutica trata de uma classe específica de analgésico, os opioides.
O que são os analgésicos opioides?
Opioide é o nome dado a uma classe de analgésicos originados a partir do ópio, uma substância derivada da planta de origem asiática papoula. Segundo a acadêmica Kimberly Fuzel, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, o ópio é conhecido desde a antiguidade, “sendo usado de maneira recreativa, ritualística e estimulante”.
Kimberly conta que a droga pode ser natural, como é o caso da morfina, ou sintética, feita totalmente em laboratório como a meperidina e o propoxifeno. Existem ainda os opiáceos semissintéticos, obtidos através de modificações parciais da morfina, caso da heroína.
Para que servem os opioides?
Analgésicos opioides são medicamentos potentes utilizados para tratar dores fortes e em dores crônicas, como em casos de câncer. A ação analgésica, conta a acadêmica, se dá pela ligação a receptores opioides presentes em todo o sistema nervoso central, “principalmente no núcleo do trato solitário”, que fica localizado no bulbo, região inferior do tronco cerebral que se liga à medula.
Além do tronco cerebral e medula, os receptores opioides estão presentes em diversos outros órgãos do corpo. Assim, continua Kimberly, ao se ligarem aos receptores opioides essas drogas alteram a forma como a dor é sentida, aumentando a tolerância. Existem opioides fracos – codeína e di-hidrocodeína – e mais fortes – tramadol, metadona, fentanil, morfina e oxicodona. A heroína é também muito potente, mas é considerada uma droga ilegal.
Efeitos adversos dos opioides
Como qualquer medicamento, os opioides podem apresentar reações. As mais comuns são sonolência, cansaço, enjoos e constipação intestinal. Mas o grande problema está relacionado à dependência. É que, além de aliviar a dor, os opioides “também provocam uma sensação exagerada de bem-estar e, quando usados em exagero, podem levar à dependência e ao vício”, alerta a acadêmica.
O uso contínuo do medicamento, sem acompanhamento médico, pode causar “a tolerância do corpo”, ao exigir maiores doses, causando a dependência química. Essa é a razão, segundo Kimberly, para que o tratamento seja feito segundo a prescrição e orientação dos profissionais de saúde e “nunca se automedicar”.
Coordenação: Rosemeire Talamone