Pílula Farmacêutica #70: Substituição por genéricos não significa “empurroterapia”

População deve procurar orientação de profissional farmacêutico nas drogarias para a melhor escolha dos medicamentos

 25/05/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica #70: Substituição por genéricos não significa “empurroterapia”
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Nas últimas semanas, denúncias sobre a prática da “empurroterapia” acenderam o debate sobre a questão ética e séria da saúde da população nos estabelecimentos de saúde que são as farmácias. Tema desta edição do Pílula Farmacêutica, a empurroterapia é abominada pelas autoridades farmacêuticas do País, que clamam pelo uso racional dos medicamentos e alertam para a presença de um profissional farmacêutico em todas as drogarias.

A prática, afirma a acadêmica Kimberly Fuzel, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, apesar de ser comum é combatida pelo Conselho Federal de Farmácia “há mais de 20 anos” e já obteve conquistas importantes como a “Lei nº 13.021, de 2014, que reclassifica as farmácias como estabelecimentos de saúde, insistindo na importância da autoridade do farmacêutico dentro desses estabelecimentos e obrigando os proprietários a considerar e promover o uso racional de medicamentos”.

Genéricos são medicamentos seguros

Preocupada com “uma certa distorção do atendimento farmacêutico”, Kimberly chama a atenção na matéria veiculada sobre empurroterapia, afirmando que é papel do farmacêutico não apenas ler e dispensar a receita, mas conversar com o paciente, priorizando sua saúde. Por isso, apontar um produto que pode ser melhor “não tem problema nenhum, o que é errado é ir contra o poder de escolha do outro e usar técnicas para persuadir o cliente a levar um determinado medicamento somente para se beneficiar”, afirma.

O uso racional dos medicamentos, garante a acadêmica, deve ser sempre priorizado, evitando produtos ou dosagens desnecessárias que possam agravar o problema de saúde ou até trazer novos. Contudo, “a substituição de um medicamento de referência por um medicamento genérico” é possível e apropriada, já que está cientificamente comprovada a qualidade desses medicamentos. “A sugestão de troca pode sim ser feita, o que não pode acontecer é que essa troca seja forçada, ou que ocorra contra a vontade do cliente”, enfatiza Kimberly.

A acadêmica finaliza, orientando a população para que busque um farmacêutico de confiança na farmácia para a correta orientação sobre o melhor uso dos medicamentos.


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