
Usada há mais de 200 anos, a homeopatia é até hoje controversa. A terapia usa métodos diferentes dos tratamentos convencionais, além da falta de comprovação científica, o que gera muita polêmica quanto à sua eficácia. Mas, como afirma a acadêmica Kimberly Fuzel nesta edição do Pílula Farmacêutica, o fato é que a homeopatia ainda é pouco conhecida.
O que é a homeopatia?
Segundo Kimberly, orientada por Regina Andrade, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, trata-se de uma terapia criada pelo médico Samuel Hahnemann para curar problemas de saúde, físicos ou psicológicos.
A grafia vem da fusão das palavras gregas homoios (similar) e pathos (sofrimento), que “descreve o princípio da homeopatia, que é a cura pelo semelhante”, afirma a acadêmica. A “lei do semelhante”, segundo Kimberly, refere-se à capacidade de cura de uma substância quando ela provoca, em pessoas sadias, os mesmos sintomas do doente que pretende curar. Se um medicamento “provoca dor de cabeça, febre e náuseas em um indivíduo sadio, poderá ser usado para curar uma pessoa doente que apresente os mesmos sintomas”, diz Kimberly.
Como funciona a homeopatia?
Como utiliza substância que provoca sintomas semelhantes, “os medicamentos homeopáticos são feitos seguindo um princípio de dose mínima”, informa a acadêmica, dizendo que a técnica foi aperfeiçoada por Hahnemann a partir das observações da redução de sintomas e do possível potencial de cura das concentrações utilizadas.
A acadêmica lembra ainda que, diferente das terapias alopáticas, que usam remédios com efeitos contrários aos da doença, a homeopatia trata o indivíduo como um todo, tirando o foco da doença. Kimberly conta que Hahnemann baseava sua terapia na busca do equilíbrio da “energia vital”, cujo desequilíbrio gera “sintomas no indivíduo doente”. Assim, adianta, a homeopatia procura a “causa de fundo das doenças para chegar à cura, ao invés de só tratar os sintomas”.
Como é a consulta com o médico homeopata?
“A homeopatia vê o indivíduo como um todo e não somente a doença”, afirma Kimberly, informando que, na consulta, o médico procura conhecer bem o paciente, além dos sintomas momentâneos, para “assim esclarecer o caso e escolher o melhor medicamento”. A consulta, então, vai depender da quantidade e qualidade das informações do paciente.
Quanto ao tratamento, adianta Kimberly, o médico pode optar por medicamentos homeopáticos isolados ou associados a alopáticos, a depender do estágio de manifestação da doença. Acompanhamento periódico, afirma a acadêmica, é importante para avaliar reação e progressão do tratamento pelo organismo doente.