Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Amanda Pereira de Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, traz informações atualizadas sobre os medicamentos utilizados para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, o TDAH. O foco é o surgimento de novas drogas, como a lisdexanfetamina, e suas versões genéricas.
Amanda informa que o TDAH é um transtorno que dificulta a atenção, o controle de impulsos e a manutenção de níveis adequados de atividade. Seus principais sintomas são desatenção, hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico é feito por um profissional de saúde mental, com base em uma avaliação completa dos sintomas, histórico do paciente e entrevistas com pessoas próximas. Segundo a acadêmica, as causas do transtorno são complexas e incluem fatores genéticos e ambientais; informa ainda que estudos indicam que pode ser hereditário e estar relacionado a alterações nos neurotransmissores do cérebro, em especial a dopamina e a norepinefrina.
Os tratamentos combinam “terapias comportamentais e medicamentos que melhoram a atenção e reduzem a hiperatividade e a impulsividade”, conta Amanda. A lisdexanfetamina, por exemplo, libera uma substância chamada dextroanfetamina no organismo que, por sua vez, “aumenta a liberação de dopamina e norepinefrina nas sinapses, melhorando a atenção e reduzindo a hiperatividade e impulsividade”.
Entre os possíveis efeitos colaterais desses medicamentos, a acadêmica cita insonia, perda de apetite e aumento da frequência cardíaca, exigindo que “os pacientes sejam monitorados para ajustar a dosagem”.
Medicamento genérico para o TDAH
No Brasil, recentemente “um novo medicamento genérico foi lançado; é o dimesilato de lisdexanfetamina, genérico do Venvanse. O medicamento deve ser comercializado “35% mais barato que a versão de marca, com a mesma eficácia e segurança”, informa Amanda, que acredita numa maior adesão ao tratamento. “A introdução da versão genérica do dimesilato de lisdexanfetamina pode aumentar o acesso ao tratamento para muitos pacientes, reduzindo os custos e permitindo que mais pessoas recebam o tratamento necessário. A concorrência no mercado também pode levar a uma redução ainda maior nos preços ao longo do tempo.”
Coordenação: Rosemeire Talamone