
Dividir e triturar comprimidos são hábitos bem comuns nos dias atuais. As técnicas são úteis para o ajuste de doses dos medicamentos ou para facilitar a deglutição, principalmente dos mais idosos. Porém, tanto o ato de dividir quanto o de triturar exige cuidados especiais para não prejudicar a saúde. O acadêmico Giovani Santos de Oliveira, orientado pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, traz considerações e orientações sobre o assunto no Pílula Farmacêutica desta semana.
“Muitas vezes, pode ser necessário ajustar a dose de um medicamento ou facilitar a sua administração. Nesses casos, a divisão de comprimidos surge como uma opção”, comenta o acadêmico. No entanto, continua o acadêmico, é fundamental saber quais comprimidos podem ser divididos com segurança, já que existem alguns fatores a serem considerados, como a formulação do medicamento, a presença de revestimento especial e as características do comprimido em si.
Segundo Oliveira, o indicativo mais comum de que um comprimido pode ser dividido é a presença de uma linha (ou sulco) em seu meio. “De qualquer forma, é sempre importante seguir as orientações do médico ou do farmacêutico e utilizar utensílios adequados, como cortadores de comprimidos, para garantir uma divisão precisa e evitar a perda de dose.”
Já a trituração, para os casos em que a divisão não é adequada, consiste em transformar o comprimido em uma forma semissólida para facilitar a administração: “A trituração é especialmente útil em pacientes com dificuldades de deglutição, como crianças e idosos, mas é preciso precaução para evitar contaminação”. Porém, alerta para a escolha adequada e higienização correta dos utensílios como medidas importantes para garantir a segurança do processo.
“Tanto a divisão quanto a trituração de comprimidos têm suas particularidades e desafios. É essencial estar ciente de que a divisão pode levar a perdas de dose e alterações na biodisponibilidade do medicamento. Já a trituração pode apresentar riscos de contaminação se não forem seguidas as precauções adequadas. Também é fundamental que haja uma comunicação clara entre o paciente, médico e farmacêutico para garantir o uso seguro e eficaz de medicamentos divididos ou triturados”, finaliza o acadêmico.