
Comum em zonas rurais, a leishmaniose faz, em média, 3.500 casos novos por ano no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o que coloca o País entre os dez mais afetados pela doença no mundo. Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Kimberly Fuzel, orientada pela professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre o que é e as formas de tratamento da doença.
Doença infecciosa, mas não contagiosa, a leishmaniose é transmitida por insetos como o mosquito palha. Segundo Kimberly, os insetos que transmitem a doença são hematófagos, o que quer dizer que eles se alimentam de sangue. De acordo com a acadêmica, eles “medem cerca de dois a três milímetros de comprimento, e por causa do seu tamanho tão pequeno, conseguem atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas”.
São insetos de cor amarelada ou acinzentada e com asas abertas, mesmo durante o repouso, e conhecidos por diversos nomes “mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalhinha, asa branca, asa dura e palhinha”, conta Kimberly.
Existem dois tipos de leishmaniose, a tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral. A primeira é caracterizada por feridas na pele, geralmente localizadas nas partes descobertas do corpo, podendo também surgir feridas nas mucosas do nariz, boca e garganta. Já a leishmaniose visceral é uma doença sistêmica que afeta os órgãos internos. A acadêmica conta que os sintomas da doença podem ser febre, tosse, anemia, dor abdominal, etc.
Kimberly explica que o tratamento é realizado com medicamentos que variam de acordo com cada caso. Na leishmaniose tegumentar, geralmente é feito com antiparasitários injetáveis que, aliados a boa alimentação e repouso, conseguem reverter a infecção. Na leishmaniose visceral, é similar, mas os remédios são mais fortes, como a anfotericina B.
Mas, alerta a acadêmica, a automedicação pode agravar a doença; assim, diante de qualquer dúvida ou suspeita “é importante procurar ajuda de um profissional da saúde para realizar os exames corretos e saber qual o melhor tratamento de acordo com o caso apresentado”.
Coordenação: Rosemeire Talamone