
Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Giovanna Bingre, orientada pela professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP Regina Andrade, fala sobre os principais sintomas e os mecanismos de ação dos medicamentos usados no tratamento da asma.
Uma das doenças respiratórias mais comuns do mundo, a asma afeta cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil, sendo responsável por mais de 2% das internações no SUS. Números estes que já foram bem maiores; hoje, a asma é tratada com medicamentos de fácil manuseio, terapias proporcionadas pelo desenvolvimento de medicações e tecnologias para aplicação – bombinhas de asma -, que diminuíram em mais da metade os óbitos e internações, trazendo uma melhor qualidade de vida aos pacientes.
Quais são os sintomas da asma e por que ela ocorre?
Giovanna Bingre explica que a asma é uma inflamação das vias aéreas que atinge especialmente os brônquios, por isso às vezes podemos ouvir sobre a mesma doença mas com o nome de bronquite alérgica. “Os brônquios são estruturas que fazem com que o ar passe da traqueia até os pulmões, então se não estiverem em bom funcionamento, a respiração é severamente prejudicada”, conta a acadêmica.
Dentre os principais sintomas estão a dificuldade para respirar, tosse, sensação de peito pesado e um barulho de chiado durante a inspiração.
De acordo com a acadêmica, a asma pode ocorrer por fatores genéticos, mas as crises normalmente são desencadeadas por reações alérgicas, em especial por alergia a ácaros, pólen, poluição e animais de estimação. Além disso, existem algumas infecções virais que podem agravar o quadro de inflamação, como o vírus influenza, causador da gripe.
Como é feito o manejo da crise asmática?
Para lidar com as crises de asma, geralmente o paciente recorre a anti-inflamatórios e broncodilatadores que são usados para a diminuição da reação alérgica e para melhorar os sinais de inflamação no tecido pulmonar, dessa forma o edema que é formado diminui e o espaço para a passagem de ar aumenta.
Dentro do hospital, explica Giovanna, podem ser administrados anti-inflamatórios injetáveis ou subcutâneos, entretanto, considerando que algumas pessoas têm crises asmáticas com uma alta frequência, as bombinhas de asma foram desenvolvidas para permitir que elas façam o autotratamento com broncodilatadores em qualquer lugar e de maneira imediata.
Esse tratamento feito com as bombinhas de nebulização geralmente é utilizado com o medicamento salbutamol, um broncodilatador que envia células para o tecido muscular liso do pulmão relaxando e dilatando os brônquios. Mas, apesar de ser simples e eficaz, o uso das bombinhas deve seguir orientação e acompanhamento médico porque pode trazer graves riscos à saúde.
Para saber mais sobre a fisiopatologia da asma e sobre os mecanismos de ação dos medicamentos usados no tratamento ouça o podcast Pílula Farmacêutica no player acima.
Coordenação: Rosemeire Talamone