O Momento Sociedade desta semana, com o pesquisador José Luiz Portella, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, traça paralelos entre a organização política dos imigrantes bolivianos no Brasil e na Argentina. Para isso, Portella utiliza-se das teses do pesquisador José Guirado Neto, também da FFLCH.
Em seu mestrado, Guirado Neto apura e compara os movimentos sociais formados por imigrante bolivianos ligados ao ramo da costura e residentes na Grande São Paulo, ou Grande Buenos Aires. Portella explica que o foco da tese não está no trabalho de confecção, mas sim na mobilização e organização política desses grupos.
Guirado Neto, em seu doutorado, expõe a presença significativa da participação de donos de microconfecção junto ao imigrantes, isso no Brasil. As pautas giram em torno da luta por direitos humanos e por cidadania, em um processo que o autor denomina Movimento Pró-Imigrante (MPI).
Na Argentina, os grupos estão mobilizados para combater o trabalho escravo, a exploração sexual e o tráfico humano, no chamado Movimento Pró-Trabalho Digno (MPTD). Segundo Portella, as teses alçam a esperança de que “em um mundo de trabalho precário há uma luz de solução na organização política”.