A cárie é uma doença que atinge boa parte da população brasileira e mundial e, mesmo com os avanços da tecnologia, ainda não é possível controlar ou prevenir essa condição somente com a odontologia. É necessário um esforço conjunto entre profissionais e pacientes, que devem manter a higiene bucal em dia. E essa relação entre cárie e ciência é tema do Momento Odontologia desta semana, que recebeu Regina Guenka Pama-Dibb, professora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP e especialista em prevenção e diagnóstico de cárie.
O que é a cárie?
A cárie é uma doença complexa e mediada por bactérias, com diversos fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, como, por exemplo, o ambiente em que o paciente vive, sua alimentação e até mesmo uma predisposição. Mas um consumo elevado de açúcar somado à má higiene bucal são os principais vilões para o seu aparecimento, inclusive, em uma forma mais agravada. Uma das principais características da cárie é a presença de dor. Mas especialistas alertam que, em muitos casos, o paciente não sente dor e acaba não procurando um especialista.
Desenvolvimento da odontologia
Conta a professora que a cárie é uma das doenças mais estudadas na odontologia, o que já permite que os profissionais compreendam melhor os fatores que levam ao desequilíbrio na cavidade bucal, responsável pelas lesões formadas nos dentes dos pacientes. Segundo Regina, o forte avanço da ciência fez com que fossem desenvolvidas várias pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina para controlar ou prevenir a doença, “mas ainda sem muito sucesso”, lamenta.
Mas apenas estudos e o avanço da ciência não são capazes de evitar que a doença se desenvolva. A professora ressalta que é importante contar com a contribuição do paciente, que precisa ter uma boa higiene bucal, uma dieta balanceada e sem consumo excessivo de açúcar. “O paciente é o principal responsável pelo controle e prevenção da cárie.”
O uso do temido “motorzinho” e do famoso cimento para restaurar um dente também foram temas da conversa, que ainda discutiu o número elevado de desdentados no Brasil – por conta da alta desigualdade social no País – e a presença da engenharia genética na odontologia, que tem desenvolvido pesquisas para regenerar tecidos perdidos e restaurar suas funções.
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