Minuto Saúde Mental #35: O conhecimento sobre transtorno mental aumentou, mas muitos ainda demoram para serem diagnosticados

O tempo para o diagnóstico pode ser precioso para o tratamento e a prevenção de prejuízos maiores, por isso é importante reconhecer sinais de que alguma coisa está errada, como fadiga, irritação excessiva ou atos repentinos de violência, abuso de álcool e drogas, mudanças bruscas de humor, por exemplo 

 14/10/2021 - Publicado há 3 anos
Minuto Saúde Mental - USP
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Minuto Saúde Mental #35: O conhecimento sobre transtorno mental aumentou, mas muitos ainda demoram para serem diagnosticados
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Embora se fale bastante sobre transtorno mental hoje em dia, muita gente ainda tem dúvidas sobre o que é e, principalmente, sobre quando deve se preocupar e procurar ajuda. Por isso, no podcast Minuto Saúde Mental desta semana o professor João Paulo Machado de Sousa fala mais sobre o tema. 

“Como já sabemos o que significa transtorno, vamos pensar na definição de mente.” Definir exatamente o que é a mente, diz o professor,  vem sendo um desafio há séculos para a ciência. “Para não mergulhar nesse debate interminável, vamos definir aqui a mente como o resultado do funcionamento do cérebro, ou seja, nossas ações no mundo (ou comportamento), nossa disposição física e emocional (ou humor), e a atividade interna que exercemos ao interagir com o mundo (o pensamento). Portanto, um transtorno mental é um problema de saúde que afeta humor, comportamento e pensamento.Além disso, comenta, para ser reconhecido como transtorno mental propriamente dito, “este problema precisa ser grave o suficiente para atrapalhar o funcionamento da pessoa no seu dia a dia”.

Segundo Sousa, hoje, o conhecimento e atenção para estes quadros estão aumentados, mas muitos transtornos ainda demoram tempo demais para serem diagnosticados, e esse tempo pode ser precioso para o tratamento e a prevenção de prejuízos maiores. Para reconhecer que alguma coisa realmente errada está acontecendo, devemos prestar atenção em sinais como: fadiga constante e que não passa mesmo depois de períodos de descanso, irritação excessiva ou atos repentinos de violência, abuso de álcool e drogas, mudanças bruscas de humor, alterações notáveis de peso e apetite, isolamento crescente de familiares e amigos, dificuldades para pensar ou se concentrar ou perda de contato com a realidade, como nos casos de paranoia, por exemplo. 

“Apesar da importância de estarmos atentos a esses sinais, é igualmente importante lembrarmos que a vida humana é feita de momentos diferentes que provocam reações diferentes e perfeitamente normais nas pessoas, ainda que sejam desconfortáveis. Ou seja, a atenção aos problemas de saúde mental é justificada e deve ser estimulada, mas não pode substituir nossa noção do que é estar vivo e interagir com o mundo e as pessoas de forma compatível com cada período da vida, seja ele leve e feliz ou triste e difícil.”


Minuto Saúde Mental
Apresentação: João Paulo Machado de Sousa
Produção: João Paulo Machado de Sousa e Jaime Hallak
Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão
Coordenação: Rosemeire Talamone
Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa CNPq e Fapesp

 

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