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Em estudo de mestrado apresentado na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, a pesquisadora Gina Paola Mosquera Andrade defende o ambiente escolar como propício para o aprendizado e reconhecimento das culturas que integram a sociedade. “Em um país multicultural como o Brasil, a diversidade pode ser explorada em diversos campos de conhecimento, estimulando sua valorização e identificação por parte dos estudantes”, recomendou. Gina, que é colombiana, foi a entrevistada desta quinta-feira (9) no podcast Os Novos Cientistas.
De acordo com a pesquisadora, seu estudo mostra que a maior questão ainda é o racismo, que afeta a estrutura social e o meio acadêmico. Em seu estudo intitulado Educação intercultural no componente curricular da Educação Física como intervenção ao fenômeno do multiculturalismo: Presença da matriz africana, Gina contou com a orientação do professor Luiz Eduardo Pinto Basto Tourinho Dantas, da EEFE. A pesquisa foi realizada por meio de análise documental da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e uma revisão de escopo sobre o tema. Além disso, voluntários também foram entrevistados a fim de coletar dados empíricos para compor o estudo de Gina.
Para a sua pesquisa, Gina contou com a participação de quatro professores de Educação Física do ensino fundamental e médio de escolas municipais de São Paulo, sendo dois homens e duas mulheres com idades entre 30 e 45 anos. A seleção dos entrevistados levou em consideração o conhecimento sobre o tema. Assim, os participantes já tinham afinidade com a educação intercultural e os conteúdos de matriz africana. “As respostas fornecidas pelos professores evidenciaram diversas barreiras para a implementação de uma educação intercultural. Apesar de estar presente nas diretrizes e bases da educação brasileira, sendo estabelecido pela Lei 10.639/03, o ensino do conteúdo de matriz africana nas aulas de Educação Física é bastante limitado”, afirmou a pesquisadora.
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