Na coluna desta semana, o professor José Álvaro Moisés comenta sobre a fase atual da universidade pública, que tem como uma das mais importantes missões o enfrentamento do negacionismo científico, ou seja, a “mobilização de parcelas da opinião pública visando a desacreditar o papel da ciência e da sua aplicação prática, como ocorreu em anos recentes”, período em que houve uma desmobilização das agências de financiamento científico e o contingenciamento de seus recursos, o que agravou um quadro marcado pela ausência de políticas públicas.
O professor acrescenta que a universidade pública tem pelo menos duas tarefas específicas relacionadas com a questão da democracia. A primeira se refere à formação geral de cidadãos. “A democracia não sobrevive sem democratas, nem se aprofunda sem a sua participação ativa. As convicções e os valores democráticos se formam a partir da socialização originária das pessoas no ambiente familiar, mas também, de modo continuado, pela formação propiciada pelo sistema educacional.” A segunda tarefa, de acordo com o professor, preconiza a formação de lideranças democráticas e republicanas. “Formar cidadãos democráticos é um ponto de partida indispensável, mas nas universidades públicas espera-se também um passo a mais, ou seja, a formação de quadros das elites dirigentes do País.”
Qualidade da Democracia
A coluna A Qualidade da Democracia, com o professor José Álvaro Moisés, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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