O governo federal decidiu não retomar o horário de verão em 2024. Essa escolha, anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reflete as prioridades e os desafios atuais na gestão de energia do Brasil. O horário de verão, que historicamente busca reduzir o consumo de energia ao prolongar o uso da luz natural, não foi adotado neste ano após estudos indicarem que seu impacto econômico seria insuficiente para justificar a mudança. As condições melhoradas dos reservatórios hídricos também contribuíram para a decisão, garantindo a estabilidade energética para o período de verão sem a necessidade de ajustes no horário.
Adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, o horário de verão foi uma medida eficaz para economizar energia, principalmente em tempos de alta demanda. No entanto, o perfil de consumo mudou com o aumento do uso de ar-condicionado e de outros aparelhos, alterando os horários de maior demanda. Isso levou o governo a suspender a medida em 2019, quando se concluiu que a economia de energia não era mais significativa. Com o agravamento da seca e o aumento da pressão sobre o sistema elétrico em 2024, o tema voltou a ser debatido, mas foi decidido manter o horário convencional por entender que outras estratégias poderiam ser mais efetivas.
O horário de verão é um tema que divide os brasileiros, pois, enquanto muitos apreciam os dias mais longos proporcionados pela mudança, outros preferem manter o horário convencional, especialmente os que enfrentam manhãs mais escuras para trabalhar ou estudar. Alguns setores econômicos, como o setor aéreo, também se posicionaram contra uma adoção imediata, apontando que ajustes nos horários de operação precisam de maior planejamento e adaptação.
Embora a decisão de não adotar o horário de verão em 2024 tenha sido tomada, ela não encerra a discussão. O governo e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicaram a possibilidade de considerar a medida para 2025, especialmente se as condições energéticas exigirem novas abordagens. Segundo o ministro Silveira, o horário de verão pode contribuir para reduzir a necessidade de termelétricas nos horários de pico, o que resultaria em economia financeira ao evitar o uso de fontes de energia mais caras e poluentes.
Além disso, o governo brasileiro tem se voltado a soluções que promovem o aumento da geração de energia renovável, como solar e eólica, para assegurar o equilíbrio entre demanda e oferta sem precisar alterar os horários. O investimento contínuo nessas fontes renováveis tem sido visto como uma estratégia eficaz para manter a estabilidade energética e reduzir a dependência de termelétricas nos períodos de maior consumo.
A decisão sobre o horário de verão em 2024 mostra uma abordagem mais criteriosa da gestão energética no País, priorizando a análise de custos e benefícios. Em episódios futuros, continuaremos a acompanhar os desafios e inovações no cenário energético brasileiro, com alternativas que busquem atender à crescente demanda de energia de forma sustentável e equilibrada.